NOME DO PACIENTE: Brasil
IDADE: 507 anos
ALTURA: 8.514.876,599 km²
PESO: 183.987.291 hab.
DIAGNÓSTICO:
*Presença absurdamente constante de parasitas no Planalto Central mais popularmente conhecidos como Thraças Dinheiros Alheios, esse parasita tem características bem peculiares e um gosto incontrolável pelo dinheiro dos outros, sua região de infestamento é principalmente na área onde se concentra a presença de poder público, obviamente durante a atividade de furto do que não lhe pertence. É conhecido também por migrar para outros países portando dinheiro para evitar o seu desmascaramento;
*Descoberto, ainda, um enorme distúrbio mental nos representantes do poder caracterizado pela perda repentina de memória e a repetição incontrolável de frases do tipo: “Eu não sei de nada”, “Eu não vi nada”. Distúrbio esse perigosíssimo para a parte mais interessada do paciente que é sua população;
TRATAMENTO:
*Aplicações constantes de Benzoato de Vergonha Na Cara nas áreas afetadas pelos parasitas para urgentemente acabar com esse desaparecimento instantâneo do dinheiro dos cofres públicos;
*Tratamento intenso com Óleo de Peroba, aplicar várias vezes ao dia no local afetado massageando bem para que o princípio ativo haja com bastante eficiência;
*Injeções diretamente na veia de Senso Ético, Crítico e Comum (urgência);
*Internação por tempo indeterminado;
RESULTADOS ESPERADOS COM O TRATAMENTO:
*Melhoria na condição de vida de toda população
*Saúde e educação de qualidade para todos
*Melhores representantes no poder público
*Maior respeito à população
*Oportunidade de Emprego
*Entre outros
ARTHUR DANTAS
Esse texto foi criado por mim para ser apresentado em uma aula de produção de texto do semestre passado, demorei um dia inteiro pra ter uma ideia legal e vem a professora e me acusa de plágio dizendo que eu tirei da internet, bailei com a cara dela!
Gente, o blog está de cara nova e graças ao meu, seu, nosso amigo Foxx, por favor aplausos para ele!!! Obrigado meu lindo pela atenção, bjos! E por hoje é só pessoal, foi bom estar com vocês, brincar com vocês, tchau baixinhos!!!!
quarta-feira, 30 de julho de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Liberdade
Um dos sentimentos mais cobiçados, principalmente entre os jovens, é o da liberdade, de ser, querer, sentir, liberdade sexual, financeira, emotiva. Claro, como tudo na vida, existem exceções, mas é natural do ser humano querer sentir liberto de tudo que aflinge, incomoda, estorva e até assusta. A liberdade traz consigo a sensação de poder, (como no meu caso) ter minha própria casa, dinheiro, me libertar da dependência de meus pais, poder ser eu junto com quem eu quiser. Tal busca por este sentimento gera confusão na cabeça de muitos que acham que fugir dos problemas é a melhor saída, tem aqueles que buscam encontrar a liberdade com o auxílio das drogas, já vi muito isso acontecer. E tem ainda aqueles que não querem se prender a um relacionamento estável chegando a ter fobia deles, já namorei com um assim, e a sensação de liberdade, nele, se confundia com um distúrbio emocional muito forte, que seria a tal fobia, de gostar e não conseguir se prender, o que o fazia ter um amante a cada noite tentando encontrar a "liberdade". A liberdade é algo conquistado com muita força e suor e que vem junto, de mãos dadas, com a realização e a satisfação. A liberdade sexual, principalmente ela, é a que emprega a maior luta, a luta contra o PRÉ-conceito. Pessoas que por terem uma opção sexual (que eu não chamaria de opção, já que não é uma escolha) diferente da do resto da sociedade são agredidas, mortas e até se suicidam, apenas por "amarem diferente", mas o amor é um sentimento único e se ele existe é ele e pronto, a única diferença está em quem os guarda. A nossa luta não é no meio da rua, vestidos de pantera purpurinadas (nada contra, aliás, sou muito orgulhoso pela maior parada gay do mundo acontecer no Brasil), nossa luta deve-se estabelecer nas bases da sociedade, que, apesar de já haverem ocorrido mudanças, ainda se mune de pré-conceito para com aqueles de opções sexuais diferentes, e, ainda, perante o poder público na luta por nossos direitos de seres humanos, pela nossa liberdade de amar e não ter que temer uma pedrada (como eu já levei), uma bala ou uma faca perfurando nosso corpo. Tomando emprestado o discurso do meu ex professor de literatura, Tobias, que é travesti e carinhosamente foi apelidado de Bia: "Não tenho nada contra a parada gay, muito pelo contrário, eu até gosto, mas o que me angustia é que muitas das pessoas que estão ali tratam a evento como um carnaval GLS fora de época super purpurinado, mal sabem o verdadeiro intuito com a qual a parada é realizada todo ano." (não chamando ninguém de burro, mas sabemos que acontece).
Como falei no começo do texto, a liberdade, seja lá de que for, é algo buscado, desejado e esperado pelo ser humano e a nossa liberdade de amar e serem aceitos com naturalidade nos é roubada por pessoas que sentem, sentiram ou sentirão este mesmo sentimento em suas vidas. Claro que pra alguns isso não importa, mas geralmente pessoas que tem esse pensamento já são estruturadas financeiramente, tem sua própria casa e o resto do mundo pode explodir, mas e dois garotos de 17 anos que precisam se esconder em ruas escuras só pra poderem se tocar, se beijar e se abraçar? Eles não têm a privacidade de uma casa para isso. Eles não têm o mesmo direito dos outros casais da sua idade de amarem? De sentar na lanchonete, na pracinha e namorarem em paz? É principalmente deles que a liberdade de ter uma "opção sexual" diferente é roubada, é deles que a sensação de liberdade escapa por entre os dedos e, mais ainda, é de nós que o mundo suga a liberdade de sermos nós mesmos sem ter que temer exclusão, demissão e o tal maldito do PRÉ-conceito.
Como falei no começo do texto, a liberdade, seja lá de que for, é algo buscado, desejado e esperado pelo ser humano e a nossa liberdade de amar e serem aceitos com naturalidade nos é roubada por pessoas que sentem, sentiram ou sentirão este mesmo sentimento em suas vidas. Claro que pra alguns isso não importa, mas geralmente pessoas que tem esse pensamento já são estruturadas financeiramente, tem sua própria casa e o resto do mundo pode explodir, mas e dois garotos de 17 anos que precisam se esconder em ruas escuras só pra poderem se tocar, se beijar e se abraçar? Eles não têm a privacidade de uma casa para isso. Eles não têm o mesmo direito dos outros casais da sua idade de amarem? De sentar na lanchonete, na pracinha e namorarem em paz? É principalmente deles que a liberdade de ter uma "opção sexual" diferente é roubada, é deles que a sensação de liberdade escapa por entre os dedos e, mais ainda, é de nós que o mundo suga a liberdade de sermos nós mesmos sem ter que temer exclusão, demissão e o tal maldito do PRÉ-conceito.
sábado, 19 de julho de 2008
Uma história real
Eu nunca vou esquecer daquele dia. 20 de Abril de 2006, tinha tudo para ser um dia perfeito, mas já havia começado ruim e terminaria pior ainda. Eu estava voltando da casa de uma amiga onde tinha passado a tarde junto com meu (ex) namorado, precisava correr pois tinha que tomar banho e jantar rápido pra poder pegar o ônibus do cursinho, que eu tinha que fazer em outra cidade porque a minha é pequena e não tem cursinho. Entrei pela porta dos fundos que é a entrada mais rápida para o lugar mais interessante da casa, a cozinha. Ultrapassei a pequena área de serviço e parei na porta da cozinha onde vi minha mãe sentada na cadeira de madeira e meu pai rodando feito um louco dando voltas na mesa, pela cara com que olharam pra mim deu pra perceber que algo estava realmente errado ali, mal sabia eu o que viria à acontecer. Minha mãe abriu a boca e com uma voz rouca de quem tinha passado o dia inteiro chorando falou:
- Arthur, você quer me matar? - Sim, algo estava realmente muito errado, nunca tinha ouvido minha mãe me chamar de Arthur, ela sempre me chamava por um apelido que a família tinha me colocado.
- Por que, mainha? - Falei enquanto ainda estava parado na porta.
- Eu não vou aceitar isso, de jeito nenhum, não te criei pra isso - Meu pai estava gritando desesperado, pela primeira vez o vi chorar e isso estava me dando muito medo.
- Mas o que foi que aconteceu?
- Sabe o que estão falando de você? - Minha mãe engoliu o choro e tentou implantar um diálogo entre nós.
- Não, não sei - Eu nunca estive tão confuso na minha vida.
- Se você quiser isso vá embora daqui, eu não vou aceitar isso dentro da minha casa - Meu pai continuava gritando.
- Estão falando que você está tendo um caso com um tal de César
Meu mundo caiu, eu senti todo o meu sangue fugir das mãos, do rosto, meu coração latejava dentro do peito e eu não sabia o que dizer.
- Isso é verdade? - Minha mãe finalmente olhou nos seus olhos.
Eu não sabia o que fazer, eu estava em estado de choque.
- É sim, mas estou namorando com ele.
Se eu pudesse, essas seriam as únicas palavras que eu nunca iria pronunciar em toda minha vida, pelo menos não naquele momento, que com certeza mudaria toda minha vida. Minha mãe baixou a cabeça e começou a chorar e a soluçar, meu pai esbravejava mas eu nem te dava mais atenção, a imagem da minha mãe ali tão frágil não conseguia escapar a meus olhos.
- Junte suas coisas e vá embra dessa casa, eu não vou aceitar isso aqui, não tenho filho viado - Meu pai continuava gritando, esquecendo de que tinhamos vizinhos e que, se eles não sabiam, acabaram de descobrir que eu era gay.
Parei por uns minutos, vi minha mãe ali balançando o corpo na cadeira de madeira e chorando, não olhava mais pra mim e meu pai continuava andando de um lado para o outro da cozinha. Calado, fui até o quarto e só peguei uma camiseta de mangas longas, afinal de contas na rua fazia muito frio. Ainda calado dei uma última olhada para minha mãe que continuava na mesma possição, só que agora estava com as mãos juntas como se estivesse rezando. Fui embora, só não sabia pra onde estava indo, eram apenas seis horas da noite e eu tinha uma longa noite pela frente, resolvi caminhar, atravassei a cidade inúmeras vezes, pensando no que eu tinha feito se teria sido a melhor saída ou não e pensando também na minha mãe, me senti a pior pessoa pessoa do mundo. Fui passando em frente a igreja e o toque das onze horas do relógio me fez voltar dos sonhos que estava tento acordado, na verdade eram pesadelos. A essa hora em cidade do interior é muito dificil se achar alguém nas ruas, sentei na calçada ao lado da igreja e rezei, nem sei porque fiz isso, mas achei que fosse necessário já que estava invadindo os arredores da casa de Deus e como eu pensava, um gay não poderia ser filho de Deus, então eu realmente teria que rezar. Quando percebi já era mais de uma hora da madrugada e estava fazendo muito frio, a camisa de mangas compridas não estava fazendo efeito, resolvi ir para a casa da minha avó que ficava ali perto, mas não tive coragem de acordá-la, então sentei na calçada e fiquei ali até amanhecer, essa foi realmente a noite mais longa da minha vida. Pela manhã minha avó abriu a porta e viu que eu estava ali, desesperada me agarrou pelo braço e me levou pra casa, eu não queria entrar, não queria ver minha mãe daquele jeito, vegetativo, de novo, mas entrei, e na cozinha eu a vi, pela profundidade dos seus olhos dava pra perceber que também não tinha dormido e chorado a noite inteira, eu não esperava que ela fosse falar alguma coisa, mas falou:
- Essa ainda é sua casa, e é aqui que você vai ficar até ter condições de ter a sua própria, agora sente-se na mesa que eu vou preparar alguma coisa pra você comer.
Não entendi nada, mas estava faminto e com muito sono, nem cheguei a comer o que ela estava preparando pra mim, adormeci ali mesmo, e desde esse dia minha vida não foi mais a mesma.
- Arthur, você quer me matar? - Sim, algo estava realmente muito errado, nunca tinha ouvido minha mãe me chamar de Arthur, ela sempre me chamava por um apelido que a família tinha me colocado.
- Por que, mainha? - Falei enquanto ainda estava parado na porta.
- Eu não vou aceitar isso, de jeito nenhum, não te criei pra isso - Meu pai estava gritando desesperado, pela primeira vez o vi chorar e isso estava me dando muito medo.
- Mas o que foi que aconteceu?
- Sabe o que estão falando de você? - Minha mãe engoliu o choro e tentou implantar um diálogo entre nós.
- Não, não sei - Eu nunca estive tão confuso na minha vida.
- Se você quiser isso vá embora daqui, eu não vou aceitar isso dentro da minha casa - Meu pai continuava gritando.
- Estão falando que você está tendo um caso com um tal de César
Meu mundo caiu, eu senti todo o meu sangue fugir das mãos, do rosto, meu coração latejava dentro do peito e eu não sabia o que dizer.
- Isso é verdade? - Minha mãe finalmente olhou nos seus olhos.
Eu não sabia o que fazer, eu estava em estado de choque.
- É sim, mas estou namorando com ele.
Se eu pudesse, essas seriam as únicas palavras que eu nunca iria pronunciar em toda minha vida, pelo menos não naquele momento, que com certeza mudaria toda minha vida. Minha mãe baixou a cabeça e começou a chorar e a soluçar, meu pai esbravejava mas eu nem te dava mais atenção, a imagem da minha mãe ali tão frágil não conseguia escapar a meus olhos.
- Junte suas coisas e vá embra dessa casa, eu não vou aceitar isso aqui, não tenho filho viado - Meu pai continuava gritando, esquecendo de que tinhamos vizinhos e que, se eles não sabiam, acabaram de descobrir que eu era gay.
Parei por uns minutos, vi minha mãe ali balançando o corpo na cadeira de madeira e chorando, não olhava mais pra mim e meu pai continuava andando de um lado para o outro da cozinha. Calado, fui até o quarto e só peguei uma camiseta de mangas longas, afinal de contas na rua fazia muito frio. Ainda calado dei uma última olhada para minha mãe que continuava na mesma possição, só que agora estava com as mãos juntas como se estivesse rezando. Fui embora, só não sabia pra onde estava indo, eram apenas seis horas da noite e eu tinha uma longa noite pela frente, resolvi caminhar, atravassei a cidade inúmeras vezes, pensando no que eu tinha feito se teria sido a melhor saída ou não e pensando também na minha mãe, me senti a pior pessoa pessoa do mundo. Fui passando em frente a igreja e o toque das onze horas do relógio me fez voltar dos sonhos que estava tento acordado, na verdade eram pesadelos. A essa hora em cidade do interior é muito dificil se achar alguém nas ruas, sentei na calçada ao lado da igreja e rezei, nem sei porque fiz isso, mas achei que fosse necessário já que estava invadindo os arredores da casa de Deus e como eu pensava, um gay não poderia ser filho de Deus, então eu realmente teria que rezar. Quando percebi já era mais de uma hora da madrugada e estava fazendo muito frio, a camisa de mangas compridas não estava fazendo efeito, resolvi ir para a casa da minha avó que ficava ali perto, mas não tive coragem de acordá-la, então sentei na calçada e fiquei ali até amanhecer, essa foi realmente a noite mais longa da minha vida. Pela manhã minha avó abriu a porta e viu que eu estava ali, desesperada me agarrou pelo braço e me levou pra casa, eu não queria entrar, não queria ver minha mãe daquele jeito, vegetativo, de novo, mas entrei, e na cozinha eu a vi, pela profundidade dos seus olhos dava pra perceber que também não tinha dormido e chorado a noite inteira, eu não esperava que ela fosse falar alguma coisa, mas falou:
- Essa ainda é sua casa, e é aqui que você vai ficar até ter condições de ter a sua própria, agora sente-se na mesa que eu vou preparar alguma coisa pra você comer.
Não entendi nada, mas estava faminto e com muito sono, nem cheguei a comer o que ela estava preparando pra mim, adormeci ali mesmo, e desde esse dia minha vida não foi mais a mesma.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
3 segundos.
É, fazia tempo que as coisas não tinham mais sentido pra mim, sempre sozinha(só a Ana do meu lado, mas ela era como se fosse uma outra parte de mim), escrevia minhas poesias tristes(pensava que escrevia, porque eu só rabiscava palavras) no caderninho vermelho de feixo dourado que ganhei da minha mãe alguns anos atrás, naquele dia em que quase perdi minha virgindade na goiabeira da fazenda da avó da Ana, estavamos tentando ver quem conseguia chegar até o topo e derrepente eu cai de pernas abertas, mas fui amparada por um galho que veio ao meu encontro e que quase me deflorou, sorte que só levei alguns pontos na coxa, mas quase deixei minha virgindade lá com a árvore, talvez ela tivesse sido mais carinhosa comigo do que aquele viado do Pedro que me enganou dizendo que me amava, mas só queria era gozar dentro de mim. Com o passar dos anos, e com as coisas piorando, pelo menos pra mim, comecei a me drogar, comprava ecstasy de um carinha que vinha da capital, já que sempre morei no interior. Naquele dia eu havia brigado com a minha mãe porque ela queria me fazer de empregada e eu já achava que tinha problemas demais e ainda tinha que cuidar daquela casa imunda e fedorenta, só que quando eu menos esperei estava lá, pendurada na ponte, me segurando e ouvindo metade da cidade cochichar atrás de mim, podia ouvir as apostas das pessoas, alguns tinham certeza de que eu pularia, pois sempre fui a revoltada da cidade, outros achavam que não, que eu só estava querendo fazer cena mesmo, no meio de tantas vozes reconheci a da Ana e me virei, ela estava lá, chorando e me pedindo pra que saísse dali.
- Por favor, Ju, sai daí - Ela falou entre soluços.
- Pra que? Pra viver a mesma vidinha inútil que tenho levado nesses 19 anos? - Gritei.
Ana engoliu em seco e falou:
- Ju, você é linda.
- Como tantas outras do colégio - Gritei eu interrompendo seu discurso.
-Todos os garotos querem ficar com você - Burburinhou enchugando as lágrimas.
- É, assim como o Pedro também queria né?
- Ju, por favor me ouve, você não pode desistir da vida assim, lembra quando eramos crianças e você falava que ia ser conhecida no Brasil inteiro? Que todo mundo ia querer ler seus livros e poesias?
- É, lembro sim, e veja ai, pergunta a esse bando de filha da puta quantos já viram algo que eu escrevi - Agora eu também estava chorando, a integridade de Ana sempre me causou inveja, queria entender como ela conseguia ser assim, além de tudo ela era sincera, pura, gentil, era a filha que toda mãe queria ter, mas por me sentir ameaçada por ela preferi ser sua amiga do que sua inimiga.
Ana virou pra todos e começou a soluçar, puxou o ar dos pulmões e gritou que queria que todos a ouvissem, respirou fundo novamente e começou:
- Menino não esqueça:
Se a luz da lua é tão bela
e fugaz como a chama de uma vela.
O amor que sinto é de verdade
e falo com sinceridade
que não quero que ele desapareça!
Todos estavam lá, parados ouvindo Ana recitar uma das minhas poesias enquanto tentava fazer com que sua voz parecesse menos tremula.
- De quem vocês acham que é essa poesia? - Ana perguntou ansiosa.
- Cecília Meireles - Disse o rapaz lá atrás.
- Rachel de Queiroz - Ouvi alguém falando.
- Essa poesia é de alguém que vocês conhecem, alguém a quem vocês não respeitam, mas que mesmo assim sempre engoliu todos as ofensas, todos os xingamentos que vocês lançavam, e com muita dignidade. Essa poesia é de uma poeta chamada Juliana Almeida, essa mesma menina que está aqui na ponte querendo se jogar por que nunca foi conhecida, mas que acabou de ter sua poesia comparada a de grandes poetisas da história - Todos estavam ali de boca aberta, Ana sempre soube o que dizer nas horas certas, o que me fazia ter mais inveja ainda dela. Agora só havia um silêncio cortante rompendo meus pensamentos.
- Você vê, Ju? Tá todo mundo impressionado, lembra que eu sempre falei que um dia você seria a nova voz da poesia desse país? Aqui está a prova, você pode, mas só se você sair daí, sua vida tem que continuar, você não pode privar o mundo de conhecer a forma dos seus sentimentos - Ana agora chorava mais do que nunca.
Eu me virei e vi a todos ali, perplexos, de boca aberta, o que eu faria agora? Tentaria ser eu de novo e viver ali onde todo mundo me odiava? Ou acabaria com tudo? Eu sentia o suor correr no meu rosto e pingar pelas pontas do meu cabelo, que eu mesma fiz questão de cortar em um ato de loucura, olhei pra baixo e vi as pedras que apareciam no rio seco que cruzava a minha cidade, olhei novamente pra Ana e vi sua mão estendida.
- Ju, eu preciso de você amiga - Ela falou agora se desmanchando em lágrimas.
Me virei, olhei os rostos de todos ali que me olhavam, não sei se queriam que eu me jogasse de vez ou se alguns tinham esperança de que eu me salvasse. Virei o resto do meu corpo, e levantei a perna para passa-la para o outro lado do ferro que protegia a ponte, mas quando tirei o meu pé do chão o outro escorregou e eu fiquei pendurada apenas pelas mãos, ouvi Ana gritar e a vi correr pra me salvar, mas era tarde, minhas mãos suadas escorregavam pelo ferro e eu já estava caindo. Pareceu uma eternidade, mas a última coisa que vi, foi o rosto de Ana, chorando, chorando como nunca a havia visto antes. Pronto, a minha vida tinha acabado em apenas 3 segundos, se seria uma poeta, não sei. Ana juntou dinheiro por anos e publicou um livro com minhas poesias, foi um sucesso, todos adoravam a maneira como eu fugia do meigo para o agressivo em apenas duas letras.
- Ju, aqui está, eu sempre soube que você iria conseguir, o país inteiro está lendo seu livro, é uma pena que você não possa ver com seus próprios olhos - Ana falou em frente ao meu túmulo no cemitério apertado da cidade, colocou o livro com minhas poesias em cima das flores que minha mãe fazia questão de trocar toda semana, rezou um pouco por mim, pediu perdão pelas vezes que me fez ter raiva dela e se foi, jurando que nunca ia esquecer dos nossos momentos, das nossas risadas, da nossa amizade. Esse foi o meu fim!
- Por favor, Ju, sai daí - Ela falou entre soluços.
- Pra que? Pra viver a mesma vidinha inútil que tenho levado nesses 19 anos? - Gritei.
Ana engoliu em seco e falou:
- Ju, você é linda.
- Como tantas outras do colégio - Gritei eu interrompendo seu discurso.
-Todos os garotos querem ficar com você - Burburinhou enchugando as lágrimas.
- É, assim como o Pedro também queria né?
- Ju, por favor me ouve, você não pode desistir da vida assim, lembra quando eramos crianças e você falava que ia ser conhecida no Brasil inteiro? Que todo mundo ia querer ler seus livros e poesias?
- É, lembro sim, e veja ai, pergunta a esse bando de filha da puta quantos já viram algo que eu escrevi - Agora eu também estava chorando, a integridade de Ana sempre me causou inveja, queria entender como ela conseguia ser assim, além de tudo ela era sincera, pura, gentil, era a filha que toda mãe queria ter, mas por me sentir ameaçada por ela preferi ser sua amiga do que sua inimiga.
Ana virou pra todos e começou a soluçar, puxou o ar dos pulmões e gritou que queria que todos a ouvissem, respirou fundo novamente e começou:
- Menino não esqueça:
Se a luz da lua é tão bela
e fugaz como a chama de uma vela.
O amor que sinto é de verdade
e falo com sinceridade
que não quero que ele desapareça!
Todos estavam lá, parados ouvindo Ana recitar uma das minhas poesias enquanto tentava fazer com que sua voz parecesse menos tremula.
- De quem vocês acham que é essa poesia? - Ana perguntou ansiosa.
- Cecília Meireles - Disse o rapaz lá atrás.
- Rachel de Queiroz - Ouvi alguém falando.
- Essa poesia é de alguém que vocês conhecem, alguém a quem vocês não respeitam, mas que mesmo assim sempre engoliu todos as ofensas, todos os xingamentos que vocês lançavam, e com muita dignidade. Essa poesia é de uma poeta chamada Juliana Almeida, essa mesma menina que está aqui na ponte querendo se jogar por que nunca foi conhecida, mas que acabou de ter sua poesia comparada a de grandes poetisas da história - Todos estavam ali de boca aberta, Ana sempre soube o que dizer nas horas certas, o que me fazia ter mais inveja ainda dela. Agora só havia um silêncio cortante rompendo meus pensamentos.
- Você vê, Ju? Tá todo mundo impressionado, lembra que eu sempre falei que um dia você seria a nova voz da poesia desse país? Aqui está a prova, você pode, mas só se você sair daí, sua vida tem que continuar, você não pode privar o mundo de conhecer a forma dos seus sentimentos - Ana agora chorava mais do que nunca.
Eu me virei e vi a todos ali, perplexos, de boca aberta, o que eu faria agora? Tentaria ser eu de novo e viver ali onde todo mundo me odiava? Ou acabaria com tudo? Eu sentia o suor correr no meu rosto e pingar pelas pontas do meu cabelo, que eu mesma fiz questão de cortar em um ato de loucura, olhei pra baixo e vi as pedras que apareciam no rio seco que cruzava a minha cidade, olhei novamente pra Ana e vi sua mão estendida.
- Ju, eu preciso de você amiga - Ela falou agora se desmanchando em lágrimas.
Me virei, olhei os rostos de todos ali que me olhavam, não sei se queriam que eu me jogasse de vez ou se alguns tinham esperança de que eu me salvasse. Virei o resto do meu corpo, e levantei a perna para passa-la para o outro lado do ferro que protegia a ponte, mas quando tirei o meu pé do chão o outro escorregou e eu fiquei pendurada apenas pelas mãos, ouvi Ana gritar e a vi correr pra me salvar, mas era tarde, minhas mãos suadas escorregavam pelo ferro e eu já estava caindo. Pareceu uma eternidade, mas a última coisa que vi, foi o rosto de Ana, chorando, chorando como nunca a havia visto antes. Pronto, a minha vida tinha acabado em apenas 3 segundos, se seria uma poeta, não sei. Ana juntou dinheiro por anos e publicou um livro com minhas poesias, foi um sucesso, todos adoravam a maneira como eu fugia do meigo para o agressivo em apenas duas letras.
- Ju, aqui está, eu sempre soube que você iria conseguir, o país inteiro está lendo seu livro, é uma pena que você não possa ver com seus próprios olhos - Ana falou em frente ao meu túmulo no cemitério apertado da cidade, colocou o livro com minhas poesias em cima das flores que minha mãe fazia questão de trocar toda semana, rezou um pouco por mim, pediu perdão pelas vezes que me fez ter raiva dela e se foi, jurando que nunca ia esquecer dos nossos momentos, das nossas risadas, da nossa amizade. Esse foi o meu fim!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Doentíssimo
Gente do céu, finalmente de férias e eu nem acredito nisso, sabe aqueles sonhos que você não deseja acordar nunca? Pena que a primeira semana desse meu "sonho" já tá passando, e eu passei por ela doente, pense numa gripe danada e que tá atingindo todo mundo, também, uma hora tá quente de pelar o peito do pé se você pisar na calçada, outra hora tá mais gelado do que picolé de limão [e a cacofonia* tá comendo solta nesse meu texto hoje, mas tudo bem, minha professora de produção de texto não vai ver mesmo, e se ela ver, muah pra ela], então tó só atualizando mesmo, e dizendo que já to melhorando... Atualizei meu perfil aqui no blogg, mas... como ficou difícil de entender nesse coisinha aqui do lado ----->>>>>
eu vou colocar aqui o poema:
Meus olhos de Mim
Desenhado além de pontes indestrutíveis,
volátil como asas de vespas azuis
em olhos abertos, nus
ao ver dos todos invisíveis
Fui um ao me ver muitos,
tentei ser tudo sem ser nenhum,
quis a beleza de ser só um
visto por belos olhos ruídos
Um só não pude ser,
pois só um meus olhos não podem ver
no variar repleto do mundo
Sou tudo que se vê e que existe,
sou tudo aquilo que não se quer, mas persiste,
nos olhos de um pobre velho surdo
Cideral(AD)
então é isso gentxi, bjos e eu prometo que meu próximo post vai ter algo mais de construtivo!!!
*Cacofonia, cacófato ou cacófaton, é o nome que se dá a sons desagradáveis ao ouvido formados muitas vezes pela combinação de palavras que tem sons parecidos ou que se repetem e que muitas vezes ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado, ou simplesmente seja desagradável ouvi-las serem pronunciadas pela sensação de repetição.
eu vou colocar aqui o poema:
Meus olhos de Mim
Desenhado além de pontes indestrutíveis,
volátil como asas de vespas azuis
em olhos abertos, nus
ao ver dos todos invisíveis
Fui um ao me ver muitos,
tentei ser tudo sem ser nenhum,
quis a beleza de ser só um
visto por belos olhos ruídos
Um só não pude ser,
pois só um meus olhos não podem ver
no variar repleto do mundo
Sou tudo que se vê e que existe,
sou tudo aquilo que não se quer, mas persiste,
nos olhos de um pobre velho surdo
Cideral(AD)
então é isso gentxi, bjos e eu prometo que meu próximo post vai ter algo mais de construtivo!!!
*Cacofonia, cacófato ou cacófaton, é o nome que se dá a sons desagradáveis ao ouvido formados muitas vezes pela combinação de palavras que tem sons parecidos ou que se repetem e que muitas vezes ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado, ou simplesmente seja desagradável ouvi-las serem pronunciadas pela sensação de repetição.
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