segunda-feira, 17 de março de 2008

A rua do Cruzeiro

Estava eu, um dia, voltando da rodoviária e resolvi passar na casa de uma amiga só para dizer um oi. No caminho passei pela rua do Cruzeiro[cruzeiro é um pequeno monte de pedras que se situa no meio de cidades, geralmente pequenas, onde ocorrem celebrações religiosas], nessa rua existem casas muito antigas e belíssimas, parei e admirei-as um pouco, fico muito impressionado com esse tipo de arquitetura colonial que ainda se encontra pelas ruas de minha cidade, e me admiro tanto pelo fato de já ter morado em uma casa desse tipo, e só sabe quão majestosa ela é quem convive em seu interior, aquelas colunas, as escadas, as portas, os quartos escondidos, um mundo maravilhoso para uma criança de 8 anos com espírito de aventureiro e principalmente se correm boatos na sua escola que a casa em que você mora é mal assombrada... Pois bem, admirei as belas casas e resolvi tomar meu caminho, quando estou terminando de passar no cruzamento da rua escuto uma voz conhecida gritar: - TUTU!
Aquele grito me arrepiou, um grito tão alto, tão estridente e tão assustador, parecia mesmo um grito de dor, dei a volta e olhei para a rua por alguns instantes já que só as pessoas mais próximas de mim me chamam de tutu eu achei que fosse alguém que eu conhecia, mas não apareceu ninguém, dei a vota novamente e quando virei a esquina o grito veio mais forte e dessa vez acompanhado: - TUTU! SOCORRO!
Aí sim me apavorei, voltei novamente a rua com a pele toda arrepiada e gritei: - Para de brincadeira ô! Não tem graça me assustar... o silêncio era absoluto, o que me deixou ainda mais assustado, só que algo me chamou atenção, a casa do fim da rua me atraiu, como se me chamasse, fui me aproximando devagar, e devagar, e de dentro dela vinha uma espécie de respiração sinistra, meu corpo todo gelou e paralisou, agora sim eu sabia de onde vinha a voz, era de dentro da casa, mas agora não mais me chamava de tutu e sim pelo meu nome: - Arthur! Arthur!
E era uma voz doce, feminina. Minhas pernas bambeavam, o suor me escorria ao rosto, nunca tinha sentido tanto pânico na minha vida, mas atrevido como sempre fui não consegui ficar parado, mesmo com as pernas tremendo me aproximei da casa e perguntei: - Quem é você? O que você quer?
E meio que como um respiro eu ouvi: - VOCÊ!
Dentro da minha cabeça havia uma confusão imensa, meu espírito de criança tentava me forçar a descobrir o que me causava tanta agonia à pele, mas minha esperiência de vida[que é curta porém muito válida] me dizia para correr como nunca havia corrido antes porque aquilo não era normal, aquilo não fazia parte do mundo em que eu vivia, mas a minha criança falou mais forte, então eu me aproximei mais. E a cada passo que eu dava eu ouvia a respiração aumentar, e chegou a ser tão forte que eu pude senti-lá em meu rosto, era um vento quente com cheiro de casa velha. Fui me aproximando mais e mais até chegar em uma posição que eu pudesse ver a porta da casa, que estava fechada, por inteiro! Mas derrepente como que por mágica a porta se abre e vejo que algo se mexe lá dentro, em um surto de coragem eu tento entrar e quando me aproximo um pouco mais do portão de entrada da casa ouço mais uma vez, porém agora mais fraco, outra suplica por ajuda: - socorro!
Em um pulo entro de vez na casa com as pernas bambas e o rosto completamente molhado que chegava a pingar no chão e que por pouco não me fez escorregar mas num ato de força, que no momento era a única coisa que eu não tinha, me segurei na porta e me empurrei pra dentro.
Assim que entrei minha visão me mostrou a cena mais tosca que eu poderia ter visto em toda minha vida, uma mulher loira, muito bonita, estava pendurada com uma corda enlaçando o seu pescoço sem deixá-la respirar, e eu ouvi direto da sua boca um último suspiro muito parecido com as súplicas de socorro que eu já tinha ouvido a pouco tempo, mas dessas vez era algo diferente: - Saia daqui!
E eu senti uma força me empurrar fortemente para fora, foi como se tivesse recebido um soco bem no meio do estômago, e parei bem no meio da rua, e logo após ser empurrado para fora da casa a porta se fecha em meio a um estrondo como de um trovão, e eu escuto novamente mas agora um pouco mais alto: - SAIA DAQUI!
Levantei-me e olhei a meu redor, ainda com as pernas bambas, vi que TODAS as casas estavam pintadas de sangue com algum tipo de escritura que minha ignorância não me permitiu identificar, sai correndo e quanto mais eu corria mais a rua parecia ficar maior, até que um grito mais alto ainda me chegou até os ouvidos, mas esse não era nenhuma súplica, era um grito de dor, um último grito de dor: - AHHHHHHHHHHHHH!
Olhei pra trás e vi uma sombra negra vindo em minha direção, como se não fosse eu, corri até chegar na esquina da rua e de lá dei uma última olhada na rua, a casa de onde eu havia saído agora jorrava sangue por suas portas e janelas, desci correndo pela outra rua e fui direto a casa de minha amiga que ficava ali bem perto, na rua em frente para ser mais exato, lá nervoso e tremendo muito recebi um copo com água e açúcar, e contando a história apavorado fui ouvido com atenção e surpreendido com entre olhares intrigantes e derrepente alguém me fala: - Não é a primeira vez que isso acontece, se eu fosse você eu nunca mais pisava naquela rua, porque você viu o segredo da casa, e você escapou dela, você é o próximo...




Bem pessoal, não se assustem, isso foi um sonho que eu tive ontem a noite, mas foi tão real que eu precisei contar aqui, resolvi transformá-lo em conto, espero que vocês tenham gostado, rsrsrs comentem!

Música de hoje: See a Little Light - Belinda

4 comentários:

descolonizado disse...

[gelado]

gente se acontece isso comigo, antes de descobrir o que realmente era eu morri de infarto!

Râzi disse...

Menino... rezadeira urgente!
AHauhauahauahauahuahauah!

Meu querido, ainda bem que foi sonho!!!

Beijão!

André Mans disse...

ai q sonho horrível
quero isso não

lipimveloso disse...

idiota
¬¬
tava ficandio preocupado!!!